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Browning M2 – A metralhadora pesada que nunca fica obsoleta

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Um soldado com uma Browning M2 colocada sobre o veiculo ASTRO 2020 durante um desfile militar. - Andre Gustavo Stumpf Filho

Conheça a Browning M2, uma metralhadora com 100 anos

Browning M2 uma grande obra de arte criada em 1921 por John Browning, sendo utilizado por mais de cem países, é uma das armas mais fabricadas do mundo com mais de 3 milhões de unidades feitas até hoje.

Com os adventos da Primeira Grande Guerra, surgiram novos armamentos, novas maquinas de guerra e novas estratégias, seja pelo ar, seja pelo mar ou por terra, os combates modernos nunca mais seriam os mesmos.

Para romper a estaticidade das trincheiras, Tanques de guerra; para bombardear pontos estratégicos, aviões armados com bombas; a guerra fez uso de extrema engenhosidade estratégica. E como para cada ataque surge a necessidade de uma defesa efetiva, os ataques aéreos inauguraram um novo tipo de defesa: a antiaérea.

John Moses Browning testando seu novo projeto, a metralhadora pesada M1921

John Moses Browning testando seu novo projeto, a metralhadora pesada M1921

Com o avanço da aviação de guerra, durante a Primeira Guerra Mundial, as blindagens dos aviões se tornaram mais efetivas – como o avião de ataque ao solo alemão Junkers J.I. – por consequência, armas que eram usados para fins antiaéreos dotadas de calibres menores – como o estadunidense .30-06 – não tinham energia cinética suficiente para trespassar a blindagem. Baseado nisso, foi requisitado pelo comandante da Força Expedicionária Estadunidense, Jonh J. Pershing, um armamento de calibre mais efetivo contra aviões.

 

Browning M1917

Soldado estadunidense faz visada em uma Browning M1917 durante a batalha de Iwo Jima

 

Em 1917, John M. Browning já havia desenhado uma metralhadora média para fins antipessoal: a Browning M1917, que tinha uma ótima cadência de tiros, confiabilidade e poder de parada. Baseado na excelente performasse desse armamento, Browning redesenhou a M1917, desenvolvendo em 1921, juntamente com a Winchester a Browning M1921.

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Com o decorrer do processo de desenvolvimento, alguns protótipos da M1921 foram testados em campo, mas não foi bem aceita, haja vista que o cartucho de 11 mm baseado no calibre da metralhadora francesa Hotchkiss M1914 ainda estava em estado embrionário e não teve desempenho satisfatório pois o cartucho não tinha um alcance efetivo e era extremamente instável em modo automático.

Para além disso os projetos iniciais usavam um obsoleto sistema de arrefecimento a água, que tornava a arma extremamente pesada para transporte – o conjunto inicial da versão melhorada da M1921, o M1921A1 pesava cerca de 55 quilogramas.

Porém, com a captura de uma arma antitanque alemã de calibre 13,2 mm, a T Gewehr 1918, o projeto recebeu novas atualizações e os problemas do projeto foram solucionados já no fim do conflito, com sua produção iniciada pelas indústrias Frankford (Filadelfia, PA) apenas depois que a guerra já tinha sido finalizada.

 antiaérea M2 arrefecida a água

Soldados vigiam os céus com sua antiaérea M2 arrefecida a água. Cada suástica colada na arma representa um avião nazista derrubado.

A Browning M1921, sofreu várias reformulações, passando a utilizar um novo sistema de arrefecimento com circulação de água e operar o novo calibre de 12,7 mm, o .50 BMG. Posteriormente foi desenvolvido também, uma versão com sistema de resfriamento a ar, era 22 Kg mais leve, no entanto, tinha um limite de cadencia de 75 tiros por minuto, essa recebeu o nome de Browning M2.

Soldado vigia os céus com sua Browning M2HB.

Soldado vigia os céus com sua Browning M2HB.

Com as tensões da 2 guerra mundial, veio a derradeira e mais notável versão, a M2HB .50, M2 pois era uma versão a ar; HB de heavy berrel ou cano pesado, que proporcionava uma cadencia de tiros integral a arma.

Extremamente eficaz na função anti-pessoal e também na antiaérea, foi montada em tanques M4 Shermans e navios, em casamatas para defesa de ponto e foi também empregada em um reparo antiaéreo com 4 metralhadora pesada, chamado de M45, o famigerado “moedor de carne”. Ademais, foram desenvolvidas também versões que eram montadas em aviões para serem utilizadas nos dog figths, como a AN/M2 e sua versão melhorada, a AN/M3.

 Browning M2 .50, M1921 e a AN/M2

Note o nível de adaptação da Browning M2 .50. A de cima é a M1921 arrefecida a água; a do meio é a AN/M2 que eram montadas em aviões; a de baixo a M2HB de cano pesado era arrefecida a ar.

O cartucho .50 BMG – Browning Machine Gun – desenvolvido especificamente para a M2 é extremamente preciso, tanto na metralhadora pesada e principalmente em armas de precisão, como no Rifle anti-material Barrett M82.

 

cartucho BMG .50

Note o incrível cartucho BMG .50

A M2HB, com um incrível alcance efetivo de 2000 metros e uma velocidade de saída de 890 m/s, foi utilizada em modo semiautomático como arma de precisão no Vietnam, onde foi muito bem aproveitada por Carlos Hathcock, que equipada com luneta e sobre o tripé M3, conquistou o recorde de disparo mais longo da história, que provocou a morte de um vietcong.

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Browning M2 com luneta

Soldado faz visada em Browning M2 com luneta, sendo utilizada como arma de tiro de precisão no Vietnam.

Essa fantástica metralhadora, mesmo após mais de 80 anos de serviço, ainda é largamente utilizada, sendo a metralhadora pesada padrão da OTAN e de diversos outros países como Austrália, Israel, Iraque, Coreia do Sul, Filipinas e Brasil.

Soldado vigia vale Korengal no Afeganistão, com sua metralhadora pesada M2HB

Soldado vigia vale Korengal no Afeganistão, com sua metralhadora pesada M2HB

O indiscutível sucesso dessa arma deve-se a sua incrível resiliência no campo de batalha, onde foi adotada como arma anti-pessoal em tanques e veículos de transporte de tropas; antiaérea tanto em pontos estratégicos como em navios e também na segurança de aviões bombardeiros; montada em caças para dog figths e até mesmo como arma de precisão, a Browning M2 é  uma arma incrivelmente adaptável, resistente e eficiente.

M2HB em reparo automatizado.

M2HB em reparo automatizado.

GAU 15/A sendo utilizado na segurança de um helicóptero

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Lane Mello
Fundador e Editor da Fatos Militares. Jovem mineiro, apaixonado por História, futebol e Games, Dedica seu tempo livre para fazer matérias ao site.

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