Conheça os Fuzzy Wuzzy Angels, nativos desarmados que garantiram a sobrevivência dos soldados aliados na campanha da Nova Guiné
Forças aliadas e japonesas sofreram dezenas de milhares de perdas humanas e de material bélico enquanto batalhavam pelo controle da segunda maior ilha do mundo em uma campanha que viria a ser considerada uma das mais árduas dos conflitos da Segunda Guerra Mundial.
Durante os confrontos na Nova Guiné, ao norte da Austrália, entre 1942 e 1945, mais mortal e perigoso que as rajadas inimigas era o ambiente em si. Milhares de japoneses vieram a morrer de fome ou até mesmo de doenças. Cogita-se que os nipônicos tenham perdido mais soldados para os fatores ambientais do que para os confrontos.
Além da questão envolvendo doenças, insetos, clima agressivo e os animais, os soldados ainda tinham de lidar com o desabastecimento, uma vez que inúmeras operações acabaram impossibilitadas pela dificuldade em manter ativas as linhas de abastecimento através de quilômetros de mata fechada, morros extremamente íngremes e rios violentos habitados por animais perigosos.
Com um front carregado de dificuldades, os aliados tiveram seu sofrimento amenizado por anjos. As vítimas do lado aliado poderiam ter sido muito maiores sem o trabalho dos nativos da ilha.
Milhares de habitantes da região serviram como maqueiros e muitas outras funções antes exercidas por soldados com imensa dificuldade. Além da carregador feridos, os nativos realizavam o transporte de suprimentos e material logístico, transpondo terrenos que antes pareciam impossíveis de superar, muitas vezes sob intenso fogo japonês.
Para os feridos e os doentes, esse povo, que nenhuma obrigação teria com a guerra, foram verdadeiros anjos, por isso, receberam o nome de Fuzzy Wuzzy Angels, que em sua tradução literal significa Anjos Felpudos, por conta dos cabelos volumosos, encaracolados e macio dos nativos.
Os anjos de Nova Guiné foram responsáveis por salvar milhares de vidas e foram muito respeitados pelos soldados aliados. Faole Bokoi, último representante dos nativos que atuaram na guerra faleceu em 2016, aos 86 anos de idade.
Até hoje os Fuzzy Wuzzy Angels são extremamente reverenciados na Austrália.
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