Entenda como a Alemanha enxerga seus soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial
A última discussão formal sobre a questão da responsabilidade da Wehrmacht, como era denominado o exército alemão enquanto a Alemanha esteve sob poder de Adolf Hitler, por crimes de guerra, se deu em 1995. À época, uma exposição das forças armadas deixou o público em choque por conta de imagens nítidas de verdadeiros massacres.
De acordo com o historiador Johannes Hürter, do Instituto de História Contemporânea de Munique, debates públicos e até mesmo científicos tornaram parte do conhecimento histórico-político da Alemanha o envolvimento da Wehrmacht (como instituição), de sua elite e até mesmo de muitos soldados das mais baixas hierarquias nos crimes nazistas.
E a lista de crimes de guerra reconhecidos pela própria Alemanha não é pequena, a começar pela chamada Ordem dos Comissários, onde comissários políticos pertencentes ao exército soviético não deveriam ser feitos prisioneiros, ou seja, a ordem era a execução imediata.
Além disso, há também o massacre de cerca de três milhões de prisioneiros do Exército Vermelho, de soldados a oficiais de alto escalão, fora os abusos e a exploração cometidos contra a população civil de cidades ocupadas e, o mais conhecido e abordado, o Holocausto.
Todavia, de acordo com o historiador, a Alemanha não condena nem rotula os soldados da Wehrmacht, de forma generalizada, como criminosos ou até mesmo assassinos. “A visão dominante se acalmou a ponto de achar que qualquer simples soldado pode ter sido um criminoso em potencial, mas que é preciso verificar caso a caso”, explica Johannes.
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