Com imenso poder destrutivo, essas bombas se tornaram alvos de proibição por parte da Convenção Sobre Munições de Dispersão
De acordo com a caracterização proposta pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, bombas de fragmentação, também chamada de clusters, são armamentos compostos por um recipiente semelhante a uma caixa que, ao ser lançado, se abre no ar e espalha pequenas munições explosivas.
Em sua grande maioria, essas pequenas munições são semelhantes a uma bola e possuem o tamanho aproximado de uma laranja, além de uma grande capacidade de dispersão. A quantidade dessas submunições presentes dentro desses recipientes pode variar de algumas dezenas até algumas centenas, a depender do tamanho da bomba.
No ano de 2008, um tratado internacional, a Convenção Sobre Munições de Dispersão, foi assinado, proibindo o uso desse tipo de armamento. Ao todo, 110 países aderiram ao tratado, que passou a vigorar somente em 2010 e foi visto como um trunfo de valores humanitários.
“É um grande avanço para as agendas humanitárias e de desarmamento globais e nos ajudará a combater a insegurança e o sofrimento generalizados causados por essas armas terríveis, principalmente entre civis e crianças”, afirmou Ban Ki-moon, então secretário-geral da ONU à época em que o tratado passou a vigorar.
Apesar da grande quantidade de nações que aderiram à convenção, grandes potências como EUA, Rússia e China não assinaram o acordo, o que minimiza drasticamente todos os esforços em prol da extinção desse tipo de arma. Além disso, o Brasil também faz parte dos países que não concordaram com o tratado.
Alto poder destrutivo adormecido
Com tantas armas sendo utilizadas em larga escala mundo a fora, qual seria a razão de tanta preocupação com uma específica? A questão é que grande parte das submunições espalhadas pelas bombas de fragmentação acabam não explodindo no momento do impacto e permanecem adormecidas até que sejam manuseadas ou deslocadas.
Assim, estes pequenos artefatos se tornam um grave perigo à vida dos civis, uma vez que são capazes de permanecer intactas por anos para, então, explodirem, tornando os antigos campos de batalha em atuais campos minados que oferecem risco para os civis.
Ainda de acordo com a Cruz Vermelha, as bombas de fragmentação foram utilizadas pela primeira vez pela Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial e, além disso, boa parte dos artefatos que foram projetados durante a Guerra Fria ainda estão estocadas e prontos para serem usados.
Fonte: BBC
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