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Por que combates aéreos ‘mortais’ se tornaram tão raros?

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Por que as mortes em combates aéreos são tão raras

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Acredita-se que o disparo feito pelos Estados Unidos contra um jato sírio seja o primeiro ataque ar-ar de um avião tripulado americano desde 1999.

Acredita-se que o disparo feito em junho por um F-16 norte-americano contra um caça sírio seja o primeiro ataque aéreo, ar-ar, de um avião tripulado americano desde 1999. Apesar dos grandes sucessos de Hollywood exibirem grandes combates aéreos, eles quase desapareceram na guerra moderna.

No século 20, pilotos habilidosos que eram capazes de abater muitas aeronaves costumavam a ser chamados de Ases. Os EUA consideram um piloto com pelo menos cinco mortes confirmadas um Ás, atualmente nenhum piloto em serviço pelo país detém o título.

Um relatório publicado em 2015 pelo Center for Strategic and Budgetary Assessments (CSBA)  ou “Centro de Avaliação Estratégica e Orçamental”, organização voltada para pesquisas na área de segurança e defesa com sede em Whasington D.C, encontrou apenas 59 mortes em combates aéreos desde a década de 1990, sendo a grande maioria na Primeira Guerra do Golfo. Mais tarde, naquele mesmo ano em que o relatório foi divulgado, um caça da aviação turca derrubou um avião Su-24 russo próximo da fronteira da Síria, em um conflito raro, o incidente provocou uma disputa diplomática internacional.

A era da luta no estilo “dogfight” está completamente terminada “, diz Justin Bronk, pesquisador do Royal United Services Institute, instituto especializado em força aérea de combate.

“Após os índices​ de abate absurdamente altos alcançados pela Força Aérea dos EUA e pela Marinha Americana durante a Primeira Guerra do Golfo, é muito raro que os regimes sob ataque dos EUA e seus aliados enviem aeronaves em defesa, pois sabem bem como vai acabar”.

Naquela guerra, no início de 1991, o Iraque perdeu 33 aviões para as forças da coalizão Americana no combate aéreo. Em contrapartida, seus aviões derrubaram apenas uma caça F-18, de acordo com o banco de dados CSBA.

Essa lição levou muitos países a abandonar a concorrência com os EUA e seus aliados.

“Mesmo nos últimos estágios da Primeira Guerra do Golfo, muitos pilotos iraquianos escolheram pilotar suas aeronaves até o Irã para escapar do conflito, uma decisão difícil, após a brutal guerra Irã-Iraque“, diz Bronk.

Durante a Segunda Guerra do Golfo, Saddam Hussein manteve a maior parte do restante da sua força aérea enterrada no subsolo para escapar da destruição ao invés de enviá-la para combatente. E quando a OTAN interveio na Líbia em 2011, para ajudar os rebeldes a derrubar o regime do coronel Muammar Gaddafi, a força aérea do país não fez nada para defender seu espaço aéreo.

Os primeiros combates aéreos, ocorridos durante a Primeira Guerra Mundial, eram feitos a partir do alinhamento de uma aeronave inimiga no ponto de vista do atacante, efetuando disparos com metralhadoras, tudo isso em aeronaves movidas a hélice a velocidades relativamente baixas. Apesar dos avanços tecnológicos, o princípio básico manteve-se o mesmo durante meio século.

Vejam: Documentário – Combates Aéreos da guerra dos 6 dias

Mas na era moderna, o olho humano foi rapidamente substituído. De 1965 a 1969, as armas representaram 65% das mortes ar-a-ar, diz o CSBA. Entre 1990 e 2002, elas representaram apenas 5% das mortes, sendo todo o resto realizado por algum tipo de míssil.

“O combate aéreo moderno é quase inteiramente decidido pela percepção situacional (de radar a outros sensores) e tecnologia de mísseis”, diz Bronk. “Todas as recentes mortes aéreas ocorrida por combates entre jatos foram unilateralmente rápidas”.

A maioria das mortes nas últimas duas décadas foram realizadas contra aviões inimigos que estavam muito longe para ver com o olho humano, o que significa que a tecnologia geralmente supera a habilidade do piloto.

Isso dá aos EUA uma clara vantagem. Eles gastam mais em tecnologia militar do que qualquer outra nação, tem mais porta-aviões e implantam navios especializados com matrizes de sensores para ajudar sua frota aérea.

Diante de tal perspectiva, muitas forças aéreas escolhem não engajar uma força tecnologicamente superior e deixam seus aviões para realizar patrulhas ou ataques contra alvos terrestres.

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WebStories da Fatos Militares

Lane Mello
Fundador e Editor da Fatos Militares. Jovem mineiro, apaixonado por História, futebol e Games, Dedica seu tempo livre para fazer matérias ao site.

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