De origem judaica, Werner Goldberg teve sua imagem usada como exemplo de “soldado alemão ideal” em campanha de alistamento para o exército.
A segregação extrema dos judeus que ocorria na Alemanha no período que compreendia a assinatura das Leis de Nuremberg, em 1935, até a queda do partido de Adolf Hitler, em 1945, não se limitou apenas à população como um todo, mas atingiu também as fileiras da Wehrmacht, que chegou até mesmo a propagar a ideia de um soldado alemão ideal durante suas propagandas para incentivar o alistamento.
Contando com um soldado loiro, de olhos claros e com traços considerados pelos radicais como pertencentes a homens arianos de sangue puro, o Ministério da Propaganda, liderado por Goebbels, usou da imagem de Werner Goldberg para tornar física e visual o que antes era apenas uma ideia.
Vestido com um fardamento de soldado da Wehrmacht extremamente limpo e bem apresentado e portando o tradicional capacete com a insígnia da águia sobre a suástica do partido nazista, Werner Goldberg foi apresentado ao povo como o que seria a imagem do soldado alemão ideal em uma campanha de alistamento ocorrida em 1939, ano em que estouraria a Segunda Guerra Mundial.
Apesar da propaganda, as origens de Werner iam na contramão do que pregava a ala radical do Nacional Socialismo. Nascido em Berlim, no dia 3 de outubro de 1919, o soldado, que teve uma breve participação na guerra, era o que os nazistas classificavam como Mischiling, ou seja, era fruto da união entre uma pessoa de origem alemã e outra de origem judaica.
Apesar de servir como imagem para uma propaganda nazista, Werner nunca esqueceu suas origens. Utilizando-se de sua influência de soldado ideal, Goldberg conseguiu salvar a vida de seu pai tirando-o das mãos da Gestapo.
Após a assinatura das Leis de Nuremberg, em 1935, praças nascidos da união entre alemães e judeus passaram a ser recrutados para a Wehrmacht. Cerca de 150 mil deles serviram no decorrer da Segunda Guerra Mundial.
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