As Cruzadas foram movimentos militares incentivados pela Igreja Católica, cujo principal objetivo era resgatar a Terra Santa do domínio islâmico.
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As Cruzadas, também chamada de “Guerra Santa”, foram movimentos de cunho militar e religioso que buscavam retomar a região da Palestina do controle dos mulçumanos e devolve-la aos poderes do papa e da Igreja Católica.
Ao todo foram nove Cruzadas oficiais, cada uma com motivações próprias e em localidades diferentes, com sangrentos conflitos que perduraram por mais de duzentos anos e impactaram a economia, a política e a sociedade europeia.
A grandeza e importância destes eventos moldaram um dos capítulos mais importantes da história da humanidade. Confira.
Principal objetivo das Cruzadas
Retomar a Terra Santa. Esta era a principal motivação para as Cruzadas, convocadas no Concílio de Clermont, em 25 de novembro de 1095. Nas palavras do papa Urbano II, aqueles que empunhassem suas espadas e defendessem a Igreja teriam seus pecados perdoados e sua salvação garantida.
Este período foi marcado pela ideia de Guerra Justa, onde cristãos não só eram permitidos, mas incentivados a lutar contra os mulçumanos, considerados infiéis, além, é claro, de defender os interesses da Igreja.
Além disso, o avanço e controle dos turcos sobre a região da Ásia Menor vinha interferindo em um costume muito comum e importante entre os fiéis católicos, que era a prática da Peregrinação.
Após o avanço dos turcos seljúcidas à região que fazia parte do Caminho da Peregrinação, os fiéis peregrinos passaram a sofrer violentos ataques por parte dos mulçumanos, o que representava forte interferência mulçumana aos costumes cristãos.
As Cruzadas também poderiam ajudar a por fim ao conflito interno que ameaçava a estabilidade da Igreja Católica. Desde 1054, a Igreja sofria com a divisão dos Católicos entre Ortodoxos e Apostólicos Romanos, motivados pela diferença de crenças dentro dos preceitos religiosos.
Contexto e origem do conflito
Vários motivos desencadearam as Cruzadas, entretanto, o pontapé inicial dos conflitos foi a retomada do controle da Terra Santa pela Igreja Católica.
No ano de 636, o califa Omar Ibn al-Khattab conquistou a Cidade de Jerusalém das mãos dos bizantinos. Anos mais tarde, entre 1094 e 1905, os turcos seljúcidas avançavam do Oeste em direção à Ásia Menor, tomando quase toda a região pertencente ao Imperador de Bizâncio, Alexios Komnenos.
O Imperador, então, decide pedir ajuda ao papa Urbano II, que viu uma oportunidade de reunificar e estabilizar os conflitos dentro da Santa Igreja.
Consequências históricas das Cruzadas
Da convocação, em 1095, até a conquista da cidade de Jerusalém pelos soldados católicos, em 7 de junho de 1099, foram quatro de anos de guerra e violentos embates entre cristãos e mulçumanos.
Somente cerca de um século depois, em 1187, Jerusalém seria retomada pelos exércitos de Saladino. Até a conquista do general mulçumano se concretizar, os católicas perderam parte dos territórios conquistados ao longo de anos, terminando com a perda do reduto de Acre, em 1291, tomada por exércitos de mamelucos egípcios.
Apesar do conflito reforçar e aumentar a rivalidade entre cristãos e mulçumanos, a chamada Guerra Santa impulsionou o comércio e moldou a Europa com um novo perfil de organização urbana e difundiu o uso da moeda como ferramenta de compra.
Além disso, as relações entre África e Ásia foram reestabelecidas, houve a reabertura do Mediterrâneo ao comércio e a criação de novas rotas comerciais, além da difusão de técnicas de cultivos agrícolas bizantinas e mulçumanas.
O rompimento entre cristãos Ortodoxos e Apostólicos Romanos se tornou definitiva, sobretudo após a Quarta Cruzada e o saque de Constantinopla, reafirmando que o conflito foi mais desastroso para os cristãos.
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