Conheça o famoso fuzil de assalto americano M-16
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O Fuzil de assalto M-16 foi introduzido pela primeira vez em 1958 e foi revolucionário por seu tempo, pois era feito de materiais leves, incluindo alumínio especial e plásticos, que anteriormente não tinham sido usados em armas convencionais.
O contexto do desenvolvimento
No final dos anos 40, deu-se início a um novo conflito, dessa vez de caráter um pouco mais ideológico. Por um lado, Estados Unidos e seus aliados representavam o capitalismo, por outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas defendiam o socialismo. Com o desenvolver das tensões cada lado tentava se mostrar melhor que seu adversário, tanto no campo tecnológico, quando financeiro e claro, no bélico.
Em vista disso, ao término da 2 Guerra Mundial, algumas nações baseando-se nas experiências da guerra buscaram modernizar suas técnicas e táticas de guerra, desenvolvendo novas estratégias e novas armas. E baseado no revolucionário fuzil de assalto alemão StG 44 muitas dessas nações desenvolveram seu próprio armamento regulamentar para emprego padrão de suas tropas; a Bélgica, por exemplo, desenvolveu, por meio da Fabrique Nationale, o fuzil automático leve (FAL), os israelenses, o Galil SAR e a URSS, o AK-47 e posteriormente o AKM.
Rivalidade que vai além da guerra
Os Estados Unidos, no entanto, estavam em clara defasagem de armamento padrão, pois apesar de terem desenvolvido o rifle M-14 para substituir os vários fuzis e carabinas em uso pelas forças armadas, como o M-1 Garand, a carabina M-1, a submetralhadora Thompson e o rifle automático Browning (BAR), o M-14 não atendia eficazmente os requisitos do combate moderno e era evidentemente inferior ao Ak-47/AKM usado pelos vietcongs no Vietnam.
Por conseguinte, o departamento de defesa dos Estados Unidos, solicitou o desenvolvimento e produção de um armamento que fosse leve, robusto, de fácil manutenção e manuseio e que proporcionasse uma cadência de tiros equilibrada e uma boa precisão.
O desenvolvimento do projeto
Eugene Stoner, engenheiro bélico da Armalite, uma divisão de armamentos da Fairchild Engine and Airplane Co., havia desenhado um fuzil, em calibre 7,62×51 mm NATO, leve, de boa empunhadura e alcance considerável, o fuzil AR-10, foi produzido em quantidades limitadas e posteriormente teve seu direito de fabricação adquiridos pela Artillerie-Inrichtingen, da Holanda.
Baseado no AR-10, Stoner deu início ao desenvolvimento de outro fuzil em calibre .223 Remington, o AR-15, que aproveitando o sistema de tomada de gases – que ao contrário do Kalashinikov 47, do FN FAL e do Stg 44 não utilizava êmbolos ou pistões, apenas um tubo protegido que aproveitava os gases do tiro para empurrar diretamente a cabeça do ferrolho dando início a um novo ciclo de disparo – e boa parte do desenho das peças, como coronha, telha, alça e massa de mira.
O fuzil de assalto M-16
Em vista da incrível capacidade que o AR-15 demonstrou, deu-se início ao aprimoramento desse incrível fuzil de assalto para que fosse melhor adequado ao ambiente militar de combate, sendo adotado pelo Exército dos Estados Unidos sob a denominação de M-16.
Os primeiros lotes do M-16 chegaram às tropas em 1958 e posteriormente, em 1962, foram enviados à Guerra do Vietnam um lote de mil armas para testes, porém, ao decorrer das batalhas nas densas florestas do Vietnam, notou-se que apensar de incrivelmente moderno, leve e ergonômico, apresentava uma série de panes que causavam contratempos por vezes fatais aos combatentes estadunidenses – com frequência, eram encontrados soldados mortos ao lado de fuzis M-16 desmontados, o que indica que o militar morreu na tentativa de sanar alguma pane. Em 1964 foram adotadas como armamento padrão pela Força Aérea e Pelo Exército dos Estados Unidos.
Tecnologia a serviço da guerra
O M-16 surgiu como um fuzil de assalto extremamente moderno, sua incrível leveza de 3,4 Kg, deve-se à sua telha fabricada em fibra de vidro e confecção em liga leve de metal, tem uma cadência de tiros equilibrada – o que evita o desperdício de munição sem lesar sua capacidade de supressão de fogo – de 800 disparos por minuto, seu sistema de pontaria é uma mira de ferro sendo o conjunto massa/mira um diópter militar e um ponto dianteiro, com uma velocidade de saída de 990 metros por segundo, além disso é incrivelmente estável, devido ao seu sistema de aproveitamento de gases herdado do seu irmão primogênito AR-10 que é favorecido pelo seu cartucho de energia reduzida.
O aprimoramento do que já era bom
Com o desenvolvimento do armamento, surgiram novas versões, o M-16A1 veio com uma caixa de culatra cromada menos susceptível à panes sendo adotada pelas Forças Armadas dos Estados Unidos em 1967.
Após a Guerra do Vietnam, o Exército dos EUA, após examinarem os combates do conflito, determinaram que um fuzil de assalto em modo automático tem um gasto de munição por vezes desnecessário, foi desenvolvido então a versão A2 do fuzil que havia substituído a função automático pela função rajada, vindo também, com um defletor no lado direito do sistema de ejeção do cartucho, que protegia os combatentes canhotos dos cartuchos ejetados, além de uma telha cilíndrica.
A versão A3 veio logo após o A2, sendo suas principais mudanças a retomada da função automático no seletor de tiro e uma alça de transporte destacável que permitia a instalação de trilhos Picantinny, foi pouco adotada dentro nas Forças Armadas dos EUA.
Posteriormente, a versão A4 muito semelhante a versão A3 que, porém, retomou a função rajada de três tiros no lugar da função automático, foi adotado pelos Fuzileiros Navais dos EUA em 1998, permanecendo em uso até 2015 quando foi substituída pela versão carabina do M-16, a carabina M-4, que tinha um cano de 370 mm e uma coronha telescópica.
O fuzil de assalto M-16 provou ser um excelente fuzil, permanecendo em uso até os dias atuais tanto nos Estados Unidos em unidades de apoio, quanto em outros países como Brasil que o emprega no Corpo de Fuzileiros Navais na unidade situada no Rio de Janeiro.
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