Conheça a metralhadora Maschinengewehr 42 (MG42) que foi considerada o terror dos aliados
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Após o final da Primeira Guerra Mundial, o sentimento revanchista alemão deu fôlego ao partido nazista para que esse ascendesse ao poder e reformulasse o exército, força aérea, marinha e, também, a indústria bélica, contrariando todas as cláusulas do Tratado de Versalhes.
A produção de armamentos da Alemanha Nazista se tornou extremamente moderna e bem estruturada. Seus projetos serviram de base para armas, veículos, aviões e foguetes que foram capturados pelas forças aliadas e desenvolvidos após a guerra.
Veja: Principais armas utilizadas na Segunda Guerra Mundial
Um dos frutos da indústria bélica alemã veio em 1934 na forma da, talvez, mais moderna MPG (metralhador de propósitos gerais) da época, a MG 34. O sucesso dessa arma na doutrina de emprego da Wehrmacht levou os engenheiros nazista a desenvolverem um novo projeto em 1939, a MG 39, que quando foi finalizada e empregada no norte da África e na frente oriental recebeu o nome de Maschinengewehr 42, ou MG 42.
A Maschinengewehr 42 faz parte da nossa lista das 5 melhores metralhadoras médias, veja:
Se a MG 34 já era extremamente eficiente, a MG 42 se tornou uma arma a frente do seu tempo, com uma mecânica simples e muito parecida com a MG 34, foi bem recebida pelos soldados que não precisaram de treinamento específico para operá-la.
Suas vantagens em relação a sua antecessora eram mais evidentes no que tange ao seu processo de produção, gastando apenas 75 homens-Hora, era duas vezes mais rápida de ser produzida, já que a MG 34 gastava 150 homens-hora. Bem como no seu preço que era 24% mais barato, o que possibilitava comprar praticamente cinco MG 42 com o mesmo valor que se compraria quatro de sua antecessora.
O Zíper de Hitler
Para além disso, a MG 42 tinha uma cadência de tiro muito superior, o que se tornou seu ponto forte durante a Segunda Guerra Mundial e lhe rendeu apelidos como “Hitler’s Zipper” ou “Zíper de Hitler” pelos estadunidenses e pelos alemães de “Hitlersäge” ou “Serra de Hitler” já que era impossível distinguir o intervalo entre um disparo e outro. Os Ingleses também deram um apelido para ela, ”Spandau”, porém isso se deu por uma confusão com uma marca que estava selada em uma das metralhadoras que foi capturada, que na verdade indicava o local de fabricação da mesma.
A rajada mortal da MG42
A Maschinengewehr 42 disparava impressionantes 1200 tiros por minuto, tornando-a conhecida e temida ainda dentro do campo de treinamento dos aliados. Seu poder de fogo era tão extraordinário, que um cinto de munição padrão de fábrica, que vinha com 50 cartuchos 7,92 mm, era esgotado em apenas 2,5 segundos, para contornar essa situação, vários cintos de munição eram lincados um ao outro.
Doutrina de emprego da MG42
A equipe da metralhadora, quando essa era usada como metralhadora média, era, geralmente, formada por 5 militares: um oficial não-comissionado, um artilheiro, um remuniciador e dois seguranças que tinham a função de garantir a mobilidade da metralhadora pelo campo de batalha, carregando os 54 a 64 quilogramas do sistema completo, que necessitava de uma Maschinengewehr 42 (11,02 Kg), um tripé (23,5 Kg) e 2 ou 3 caixas de munição (10 kg cada) com 250 cartuchos.
Uma equipe bem treinada disparava uma caixa em 20 ou 30 segundos e engajava apenas alvos potenciais em suas rajadas, tornando a feroz metralhadora extraordinariamente letal. Letalidade essa, provada na defesa da Normandia, onde 85 metralhadoras defenderam a praia de Omaha, causando, em algumas estimativas, mais de quatro mil baixas.
Um novo conceito de versatilidade
Essa incrível arma de guerra fazia jus ao seu título de metralhadora de propósitos múltiplos, sendo usada também como metralhadora leve, carregada por um soldado e alimentada por um carregador tambor (drum magazine), o que deixou os aliados tão impressionados que fez com que esses copiassem o modelo, para substituir os rifles BAR, adaptando-a para o cartucho .30-06 M2 (usado na Browning M1919 e também no BAR), porém o projeto US T24 foi desastroso e nunca passou de um protótipo.
Veja: Principais armas utilizadas na Primeira Guerra Mundial
Foi também empregada em veículos blindados de transporte de tropas e tanques, proporcionando uma boa segurança contra infantaria.
A Lurdinha MG 42
Os Pracinhas da FEB também ficaram impressionados com o poder de fogo da metralhadora, a qual deram o apelido de “Lurdinha”, já que se assemelhava a forma como a noiva de um dos soldados falava.
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